não se deve dizer
eu sei
mas através dos dedos
percorro um lugar
incorpóreo
sinto cada a curva
em que meu corpo bate
e a cada vidro
que nos aproxima
me perco no azul
dos dois sinais
e da memória
dos olhos cor de marte
em dia de tormenta
nublado
que me fazem gostar até mesmo
daquilo que não gosto
silêncio
não devo continuar
a intensidade do toque
a língua que tu fala
quando comigo
quando aqui
quando por meio dos reflexos
pelos dos dedos
como nós nos escrevemos
digitais
sonoros
pelo olhar
por dentro
silêncio
não se deve dizer
mas eu estou aqui
tua