Entre objetos de proteção, informações cruzadas e enigmas do estranhamento é possível encontrar a morada secreta onde estão ocultos fascínios e encantamentos que permitem passar por momentos obscuros. A Bibliotheca Pública Pelotense agora é esconderijo de amuletos constituídos entre o mistério e a sedução.
Os livros onde os mistérios estão postos encontram-se na Bibliotheca e para descobrir quais são você deve ir até lá com os códigos.
Não conseguiu achar?
Navegue por aqui.
ZARU
Fernanda Fedrizzi
2017
Terminação verbal japonesa, Zaru, está ligada à negação e ao provérbio que diz “não olhe, veja ou ouça o mal” evitando conflitos e buscando harmonia. Os prejuízos causados ao íntimo das mulheres são tantos que é difícil encontrar essa paz. Através de autorretratos ilustro minha negação: a autoimagem enquanto artista mulher.



Com tantos prejuízos causados ao íntimo das mulheres fica difícil atingir este objetivo. Podemos escolher não ver o mal que está ao nosso redor, mas não deixamos de falar ou ouvir sobre ele. O mesmo vale para os outros aspectos. Podemos não ouvir o mal, mas o falamos e o vemos. Não falar o mal, mas ouvi-lo e vê-lo.
Podemos negar um ou outro aspecto, mas o processo de erradicar os três é doloroso. Passa por feridas que já estão abertas e que demoram a cicatrizar e, mesmo quando viram apenas marcas do passado, continuam ali para que nunca esqueçamos pelo que passamos.
As fotos são apresentadas em formato 20x20cm, editadas digitalmente e postas em molduras com vidro. Acima deste, uma linha em adesivo vinílico que pode ser retirada de uma fotografia e coloda em outra, fazendo com que se escolha onde colocar o veto: nos olhos, boca ou ouvidos.
No fundo não importa.
Os três já estão feridos.
Se libertam os aspectos formais,
mas as marcas continuam ali.
O que será menos doloroso?
O que será menos trabalhoso?