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Amalia
Porto Alegre/RS

 
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O espaço que ocupa o lugar

2022

colagem/poema

lugar é difícil de definir
mas sempre pode ser adaptado
ser aconchegante
ele depende mais de nós do que nós dele
se nós não criarmos um laço o lugar se torna apenas espaço no tempo
existem lugares em que sempre volto mesmo em memórias
e lugares que evito falar
passar perto
olhar diretamente
lugar se torna um conglomerado das vivências experimentadas
mas existe um lugar para mim
o lugar que encontro meu descanso
o lugar em que me deito
neste lugar me entrego à imaginação
o lugar de onde falo agora
ele é composto de memórias
janelas infinitas
toques
este lugar é uma ilusão  
mas qual no fim não é?
o lugar pode deixar de existir e virar apenas espaço no tempo
ja estou me repetindo
melhor voltar para o lugar de onde vim.
C E N T E L H A 
 
é uma publicação independente que apresenta a produção e pesquisa como algo que pode incendiar. Profunda como as águas e intensa como fogo, flutua pelo ar e tenta se desprender da terra. É viva. Textos, anotações, ensaios, poesias, sons diversos e uma viagem que leva a lugar algum ou algum lugar. Enjoa. É uma carta de navegação ou uma planta baixa. Um rascunho ou um detalhamento. É ambivalente e contraditória. É bateção e inspiração.
O QUE É UM LUGAR?                                                
O lugar?
O que pode ser um lugar?
E o que não pode?
O que não é um lugar?
Um espaço, um site, um não lugar?
A ausência de um lugar?
Um sem lugar?
Uma utopia?
Não sei o que é.
Nem o que deixa de ser.
Pode ser só uma palavra.
Ou palavras.
Palavras difíceis de tragar.
Palavras que merecem ser tragadas.
Palavras escritas no papel.
Queimáveis.
Incendiárias.
Uma mistura de fogo e ar.
Não há lugar para palavras terrenas.
Cravadas em uma só realidade.
Ou atiradas ao mar.
Não sei onde cabe um lugar.
Só sei que está aqui.
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