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Entre objetos de proteção, informações cruzadas e enigmas do estranhamento é possível encontrar a morada secreta onde estão ocultos fascínios e encantamentos que permitem passar por momentos obscuros. A Bibliotheca Pública Pelotense agora é esconderijo de amuletos constituídos entre o mistério e a sedução.
Os livros onde os mistérios estão postos encontram-se na Bibliotheca e para descobrir quais são você deve ir até lá com os códigos.
Não conseguiu achar?
Navegue por aqui.
Isabela Fortuna
Pelotas/RS
Caminhos;
20
2021-2022
escritos
-
talvez eu tenha sim pensado sobre algumas coisas.
sobre hoje, sobre amanhã
sobre o frio que veio ou se vai fazer sol –
amanhã ou outro dia.
talvez eu tenha sim pensado sobre alguns dias,
ou sobre quando será que a vida vai virar a esquina
e dizer que é tudo uma grande questão de tempo.
-
mundo é grande!
a vida ainda maior.
como é que se fica num lugar só?
não dá pra sonhar de um lugar só.
-
ninei o sonho
pra dormir bem
e acordar melhor.
-
e eu ainda vou culpar o que fizeram do mundo
que me faz pensar que eu não tento,
que eu não sonho,
que viver
não é o bastante.
-
a cor do pôr do sol me lembra
que talvez exista algo
depois do tempo de tristeza.
olhando a cor que divide o dia
eu penso que lá na frente
eu vou fazer o que eu queria.
não é fácil.
lutar contra si
é sempre uma guerrilha.
-
sobreviver a cada morte morrida.
sobreviver a cada morte vivida.
eu quero a melhor morte que eu já vivi.
-
veja bem, hoje eu vivi outro dia. desses que alguns segundos duram bem,
que alguns segundos acontecem genuínos, do jeito que a vida é.
veja bem, hoje eu vivi mais que ontem.
amanhã quem saberá dizer, mas eu suspeito que viva mais que hoje.
-
once a day i rise
e logo menos é outro dia.
C E N T E L H A
é uma publicação independente que apresenta a produção e pesquisa como algo que pode incendiar. Profunda como as águas e intensa como fogo, flutua pelo ar e tenta se desprender da terra. É viva. Textos, anotações, ensaios, poesias, sons diversos e uma viagem que leva a lugar algum ou algum lugar. Enjoa. É uma carta de navegação ou uma planta baixa. Um rascunho ou um detalhamento. É ambivalente e contraditória. É bateção e inspiração.
O QUE É UM LUGAR?
O lugar?
O que pode ser um lugar?
E o que não pode?
O que não é um lugar?
Um espaço, um site, um não lugar?
A ausência de um lugar?
Um sem lugar?
Uma utopia?
Não sei o que é.
Nem o que deixa de ser.
Pode ser só uma palavra.
Ou palavras.
Palavras difíceis de tragar.
Palavras que merecem ser tragadas.
Palavras escritas no papel.
Queimáveis.
Incendiárias.
Uma mistura de fogo e ar.
Não há lugar para palavras terrenas.
Cravadas em uma só realidade.
Ou atiradas ao mar.
Não sei onde cabe um lugar.
Só sei que está aqui.
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