Entre objetos de proteção, informações cruzadas e enigmas do estranhamento é possível encontrar a morada secreta onde estão ocultos fascínios e encantamentos que permitem passar por momentos obscuros. A Bibliotheca Pública Pelotense agora é esconderijo de amuletos constituídos entre o mistério e a sedução.
Os livros onde os mistérios estão postos encontram-se na Bibliotheca e para descobrir quais são você deve ir até lá com os códigos.
Não conseguiu achar?
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QUANDO LUGAR ALGUM [RE]TORNA-SE ALGUM LUGAR
Fernanda Fedrizzi
2019
quando lugar algum [re]torna-se algum lugar foi uma exposição individual pensada para transportar o visitante para o interior de um terreno de interior de quadra que observei ao longo de dois anos: O MIOLO. São 9 fotografias formato 70x40cm, 10 fotografias 28x20cm, 1 texto-poema e objetos recolhidos no terreno observado.

Leia em voz alta,
pisando na brita,
estando presente.
Assim como aquela ave que ressurge das cinzas, resistindo ao inevitável encontro com a morte, a cidade em ruína, escondida, acobertada - toda nova em forma - como uma nova vida, mesmo antiga - em um lugar algum ou algum lugar próximo - é ainda assim fagulha de uma mesma chama.
A história da cidade não é daqueles colocados em segundo lugar. No segundo andar. Nas alcovas. Nas salas de espera. Na rua sem saída. No beco camuflado pela poeira e pela manta invisibilizadora do olhar treinado para não ver.
Sobre a brita, grita:
para quem?
para mim?
Paredes antigas que revelam cores de cal, de limo, de cimento. Tijolos maciços e cicatrizes. Mofo abaixo da pele que não habita mais a memória. Cobertura artificial, não natural, de verniz, revestimento PVA. Escama que reclama. A pele respira rebelando-se entre fissuras - as marcas da luta pelo que não chega - Vejo pelos riscos, pelos gritos, pelo que resta.
Fresta!
A outra cidade é a cidade- fênix.
Ressurge quando olho e observo.
Cuido, percebo e reverto.
Quando lugar algum [re]torna-se algum lugar
2019 - Porto Alegre/RS
exposição individual
quando lugar algum [re]torna-se algum lugar (when nowhere [re]becomes somewhere) was a solo exhibition thought to transport the visitors to the interior of an inner-court site that I observed over the course of two years: MIOLO. It consists of nine 70x40cm photographs, ten 28x20cm photographs, one poem-text and objects collected from the observed site.